
Existe uma dor silenciosa que quase ninguém confessa, mas que muita gente sente: a de esperar por uma mensagem que não chega. A de olhar para a tela acesa do celular e, mesmo sabendo racionalmente que nada vai aparecer, ainda assim manter um fio de esperança frágil, quase tolo, mas profundamente humano.
É triste, mas é real.
A gente sabe que aquela pessoa não vai escrever “senti sua falta”, não vai puxar assunto do nada, não vai lembrar de um detalhe qualquer do dia para mandar um “lembrei de você”. E mesmo sabendo disso, continuamos presos à ilusão de que talvez hoje seja diferente. De que, quem sabe, a noite amoleça algo dentro dela… ou que o amanhecer desperte alguma lembrança.
Mas o silêncio continua vindo. E a gente continua lendo esse silêncio como se ele fosse um texto enorme e doloroso.
O que ninguém fala é que a ausência também diz muita coisa. E quase sempre diz exatamente o que a gente não queria ouvir.
Mas antes de transformar isso em culpa, precisamos entender: não é sobre não sermos importantes. É sobre pessoas que não sabem ou não querem ocupar o lugar que gostaríamos que ocupassem. E isso machuca porque mexe diretamente na parte mais vulnerável da gente: a necessidade de ser lembrado.
Talvez o mais difícil seja aceitar que a esperança insiste justamente onde o amor-próprio ainda está aprendendo a se firmar. Porque quando a gente se apega à promessa de uma mensagem, no fundo está tentando estender uma ponte que só deveria existir se fosse construída de ambos os lados.
E é aí que a realidade dói, mas também liberta.
A gente cresce quando entende que quem quer falar, fala.
Quem quer estar presente, aparece.
Quem sente falta, procura.
O resto… são desculpas bem montadas para justificar ausências que já existiam muito antes da gente perceber.
Não é fácil aceitar isso. Eu sei.
Existe um luto pequeno mas profundo quando a gente solta a expectativa de ser procurado. É quase como perder uma conversa que nunca aconteceu. Mas também existe um ganho enorme quando a gente entende que o valor que carrega não depende de uma notificação na tela.
No fundo, a vida sempre tentou nos ensinar algo muito simples:
esperar por quem não escolhe ficar é desperdiçar a chance de se aproximar de quem realmente quer ficar.
Talvez um dia a mensagem venha. Talvez não.
Mas o que realmente importa é que, quando ela não vier, você não se perca.
Porque você vale mais do que a ausência de alguém.
E quando seu amor-próprio finalmente entende isso, o silêncio deixa de ser uma ferida… e vira apenas um sinal de que é hora de seguir.
— Andre Luiz Santiago Eleuterio