Programado pra dor – André Luiz Santiago Eleuterio

Foto de André Luiz Santiago Eleutério, autor do Pensamento Diário com reflexões emocionais sobre a vida
André Luiz Santiago Eleutério

Você acredita que está no controle da sua vida.

Mas, na verdade, você só aprendeu a sobreviver.

E há uma diferença enorme entre sobreviver e viver.

Você repete padrões, revive dores, escolhe pessoas parecidas, reage do mesmo jeito e depois se pergunta por que tudo parece um ciclo sem fim.

A resposta é simples e cruel: porque é.

Enquanto você não entender o que te programa, continuará sendo apenas uma repetição disfarçada de escolha.

Não é livre-arbítrio, é condicionamento.

Você se engana dizendo que tem domínio sobre suas decisões, mas a verdade é que a maior parte do que faz vem de um subconsciente ferido, que aprendeu a se proteger antes de se permitir.

E essa proteção, que um dia foi necessária, hoje é uma prisão invisível.

Você não escolhe quem ama repete o amor que entendeu lá atrás.

Você não decide quem confia só reconhece o padrão de quem um dia te feriu.

Você não erra por burrice erra porque está preso à sua programação emocional.

E, por mais que doa, admitir isso é o primeiro passo para mudar.

Porque enquanto você continuar acreditando que está no controle, vai seguir culpando o mundo por algo que é apenas reflexo de si mesmo.

A coragem não está em dizer “agora vai ser diferente”.

Está em olhar para dentro e perceber que quem dirige sua vida não é você, mas o medo que te ensinou a sobreviver.

E o medo é um motorista perigoso ele só sabe frear, nunca acelerar.

Você vive no piloto automático e chama isso de destino.

Chama de “minha personalidade”, de “meu jeito”.

Mas, na verdade, é o mesmo roteiro que se repete porque você ainda não teve coragem de apagar a cena.

Viver exige reprogramação.

E reprogramar dói, porque obriga você a confrontar o que evitou a vida inteira.

Exige reconhecer que o que te protegeu na infância, hoje te impede de crescer.

Que a força que você acha que tem é, na verdade, um escudo levantado pelo medo de sentir de novo.

Livre-arbítrio não é escolher o que te dói menos é escolher o que te cura, mesmo que doa mais.

É olhar para o espelho e dizer: “não sou mais meu passado”.

É quebrar o ciclo de sobrevivência e, pela primeira vez, permitir-se viver com consciência, e não com medo.

Você não está preso no destino.

Está preso na própria mente.

E a chave, ainda que enferrujada, sempre esteve nas suas mãos.

— André Santiago

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