
Tem gente que entra na nossa vida como se estivesse apenas de passagem. Fala bonito, promete atenção, diz que vai estar ali, mas no fundo… nunca está. São aquelas pessoas que não dão certeza de nada. Que somem, aparecem, depois somem de novo. E a gente fica tentando entender. Tentando se encaixar, agradar, estar disponível. Só que tem uma coisa que a gente precisa aprender, de uma vez por todas: quem não te dá certeza de nada também não merece suas expectativas. Nem sua disponibilidade.
A vida já é confusa o suficiente pra gente ainda ter que adivinhar o que o outro sente. Relacionamento, seja amizade ou amor, precisa de clareza. Precisa de entrega dos dois lados. Porque quando só um corre atrás, só um se doa, só um espera, vira sacrifício. E sacrifício não é amor, não é cuidado. É cansaço. É dor disfarçada de esperança.
Você já parou pra pensar em quantas vezes deixou de fazer algo por você só pra estar disponível pra alguém que nunca teve tempo pra você? Quantas vezes cancelou um plano, deixou de descansar, ignorou um sinal de alerta… tudo isso esperando que a pessoa “um dia” reconhecesse seu valor? Pois é. A gente faz isso achando que tá amando. Mas isso não é amor. Isso é autoabandono.
Quando alguém realmente gosta da gente, não precisa fazer a gente ficar adivinhando. Não precisa jogar, não precisa desaparecer pra ser notado. Quem quer estar com você, se faz presente. Mesmo com pouco tempo. Mesmo com correria. Mesmo com os problemas da vida. Porque presença não é só física. É gesto. É palavra. É clareza. E quem não te oferece isso, está apenas te confundindo. E talvez até goste dessa confusão, porque enquanto você se esforça pra entender, a pessoa não precisa fazer esforço nenhum.
Expectativa é coisa séria. É uma forma de fé. Quando você cria expectativa em alguém, está entregando uma parte da sua esperança. E isso não é pouca coisa. Por isso, precisa ser bem direcionada. Não desperdice isso com quem só te procura quando precisa, com quem some quando você mais precisa, com quem te trata como opção, mas espera ser prioridade.
E a sua disponibilidade? Essa então… é ouro. Seu tempo, sua energia, sua escuta, sua paciência – isso tudo tem valor. E se você entrega isso pra quem não sabe cuidar, vai acabar se sentindo vazio, cansado, sem rumo. Porque dar demais pra quem não sabe receber é como encher um copo furado: nunca vai ser suficiente.
Então, seja firme. Comece a observar mais do que ouvir. Preste atenção nas atitudes. No jeito como te tratam quando não precisam de você. Na forma como lidam com suas ausências. Quem só percebe seu valor quando você se afasta, na verdade nunca te valorizou – apenas sentiu falta da conveniência que você oferecia.
É difícil cortar laços com pessoas que a gente gosta, mas é ainda mais difícil continuar se doando pra quem não entrega nada. Você merece reciprocidade. Merece clareza. Merece alguém que te olhe nos olhos e diga: “Eu estou aqui. Eu me importo. Eu quero estar com você.” E isso vale pra tudo na vida. Pra amigo, pra parceiro, pra colega de trabalho, pra família.
Não aceite menos do que isso. Porque você vale muito. E quando você entende o seu valor, começa a atrair pessoas que também reconhecem isso. Começa a se proteger de laços frágeis, de afetos rasos, de confusões emocionais.
Lembre-se sempre: quem não te dá certeza de nada, não tem o direito de exigir nada. Muito menos sua expectativa. Muito menos sua disponibilidade.