
Em qualquer tempo, mas especialmente nos dias de hoje, há um contraste visível entre dois grupos de pessoas: aquelas que refletem, questionam e convivem com dúvidas, e aquelas que exibem certezas absolutas sem qualquer base sólida. Esse contraste gera um problema social sério, porque enquanto os que pensam estão em constante busca de conhecimento, os que não refletem agem de forma precipitada, impondo opiniões sem critério.
Nem toda dúvida é sinal de fraqueza. Pelo contrário, ela pode ser um indício de inteligência e maturidade. Pessoas que se permitem questionar revelam que não aceitam respostas prontas, querem compreender melhor antes de agir e reconhecem os limites do próprio saber. Essa atitude demonstra humildade intelectual, além de abrir portas para o crescimento. Afinal, quem tem coragem de duvidar, tem coragem de aprender.
Do outro lado, existem indivíduos que carregam uma falsa confiança. Falam com firmeza, impõem opiniões e defendem ideias sem nenhum fundamento. Muitas vezes, não estudaram, não buscaram informação e nem se preocuparam em verificar se o que acreditam faz sentido. Esse tipo de certeza vazia pode ser perigoso, porque convence os mais ingênuos e cria ambientes de intolerância. Quem não aceita questionamento fecha portas para o diálogo e para o desenvolvimento coletivo.
A dúvida pode gerar desconforto, mas é justamente ela que move o pensamento crítico. Imagine um cientista que nunca questionasse os resultados de um experimento ou um estudante que aceitasse qualquer informação sem refletir. O avanço da humanidade só aconteceu porque pessoas inteligentes decidiram perguntar “e se…?”. Cada passo importante na história foi marcado pela coragem de enfrentar incertezas e desafiar verdades aparentes.
Já as certezas sem fundamento levam à estagnação. Quando alguém acredita que sabe tudo, deixa de aprender. Esse comportamento cria barreiras e distancia a pessoa da realidade. É comum encontrar quem fale com convicção sobre assuntos que desconhece, repetindo informações superficiais ou até mesmo falsas. No entanto, a força da palavra dita com segurança, mesmo sem base, pode confundir e até enganar multidões.
Por isso, é preciso aprender a valorizar a dúvida. Ela não significa falta de direção, mas sim abertura para explorar novas possibilidades. Ao mesmo tempo, é necessário desconfiar das certezas rígidas, principalmente quando não vêm acompanhadas de argumentos sólidos. A verdade não teme ser questionada; quem teme é a mentira.
No convívio social, essa reflexão se torna ainda mais urgente. Pessoas que reconhecem suas limitações tendem a ouvir mais, respeitar o outro e buscar pontos de equilíbrio. Já aquelas que vivem de certezas absolutas tendem a se fechar, criar conflitos e impor julgamentos. A convivência saudável só é possível quando há espaço para a humildade e para o diálogo.
É importante lembrar que ninguém sabe tudo. Carregar dúvidas é humano, e reconhecer isso é sinal de maturidade. A inteligência não se mede pela quantidade de respostas prontas, mas pela disposição em refletir sobre perguntas difíceis. Do outro lado, a arrogância de quem acredita estar sempre certo pode se tornar uma prisão, impedindo qualquer forma de evolução.
No fim, a mensagem é clara: é melhor viver com dúvidas honestas do que com certezas vazias. Quem duvida aprende. Quem questiona cresce. E quem se abre para novas possibilidades encontra caminhos que a falsa confiança jamais permitiria enxergar.