
Depois de tomar uma grande decisão, uma pessoa me perguntou: “Você está feliz?”. Minha resposta foi simples, mas carregada de significado: “Feliz não, em paz sim”. Essa resposta, aparentemente curta, traduz uma compreensão profunda que aprendi ao longo da vida.
Muitas vezes, quando pensamos em realizar mudanças ou tomar decisões importantes, associamos o resultado final à ideia de felicidade. É como se todo o esforço, todo o risco e toda a coragem precisassem obrigatoriamente nos levar a um estado de alegria intensa. Porém, com o tempo, descobri que nem sempre é assim. A vida me mostrou que a felicidade é um sentimento que vem e vai, que aparece em alguns momentos e se esconde em outros. Não é constante, não é permanente.
Paz, por outro lado, é diferente. Paz é aquele estado silencioso e profundo que nos permite respirar com alívio, dormir com tranquilidade e acordar sem um peso no peito. É a sensação de que, mesmo que as coisas não estejam perfeitas, existe um equilíbrio interno que nos sustenta. E é justamente isso que se torna essencial depois de passarmos por escolhas difíceis.
Quando me perguntaram se eu estava feliz, percebi que a resposta verdadeira não poderia ser “sim”. Felicidade é maravilhosa, mas também é passageira. Eu já tive muitos momentos felizes na vida, mas sei que eles não duram para sempre. Já a paz… essa eu busco preservar todos os dias. É como uma base sólida que me ajuda a enfrentar qualquer mudança, qualquer tempestade.
Aprendi que viver apenas em busca da felicidade pode ser cansativo e até frustrante. É como correr atrás de uma borboleta: por mais que você se esforce, ela pode escapar a qualquer momento. Mas a paz é diferente. Ela não exige corridas desesperadas. Ela se constrói no silêncio das nossas decisões, no respeito aos nossos limites, na aceitação de quem somos e do que precisamos.
Depois dessa grande decisão que tomei, não sinto euforia nem aquela alegria vibrante que às vezes acompanha grandes conquistas. O que sinto é um sossego interno, como se tivesse tirado um peso das costas. Isso, para mim, vale mais do que qualquer felicidade passageira. É um estado que não depende tanto do que está acontecendo lá fora, mas sim do que está equilibrado aqui dentro.
Hoje, entendo que minha grande necessidade não é mais estar constantemente feliz. Isso seria exigir demais de mim mesmo e da vida. Minha grande necessidade agora é estar em paz. Porque quando estou em paz, consigo lidar melhor com as dificuldades, tomar decisões mais conscientes e até aproveitar melhor os momentos felizes quando eles chegam.
No fim das contas, felicidade é um visitante que vem e vai, mas a paz é a casa onde escolho morar. E, para mim, essa escolha é o que realmente faz a vida valer a pena.